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O vento que te toca

O vento que toca a tua face, que leva a tristeza do teu olhar. Busca em ti o brilho da lua plena. Jamais te olhará como eu te olho. Jamais sentira o calor do teu coração, onde ecoam os rios do amor. Carece o pensar da razão, se temente dispensa a lógica do entardecer, e de joelhos te estende a mão, procurando a ti pertencer. É vento gelado que corre, jazendo a teu lado inerte. A teus pés esse frio morre, sabendo que não te merece. Imagem de Topo:  Pixabay.pt

Não nasci dono do mundo

Não nasci dono do mundo

 


Não nasci dono do mundo,

sou apenas um marginal.

que bem, lá bem no fundo,

nunca vos quis nada de mal.


Sonhei bem alto, eu sei.

Não sabia o que a vida era.

E talvez por isso amei,

a face da besta fera.


Andei longo tempo

sem saber

que afinal estava errado,

Pensando que pelo menos,

na vida tinha sido amado.


Enganei-me por julgar,

que o que sentia era amor.

E por isso tenho de pagar,

no corpo com esta dor.


Sem o vazio do descanso,

que alma não tem sossego.

Mas não me podes chamar manso,

porque não sou homem de apego.


Já escrevi muitas palavras.

e todas elas tão usadas.

Pelos donos disto tudo,

mas pelas razões erradas.


Se me quiseres dizer,

que o meu rap não vale nada.

tenho de te responder,

não nasci dono do mundo,

e o mundo não é uma balada.



Tempo e Perspetiva








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